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Violência assusta em Jacobina: 5 homicídios, 4 mortes no trânsito e diversos feridos em apenas oito dias

Números foram registrados pela Polícia Civil entre os dias 18 e 26 de junho

Jacobina viveu uma semana marcada por altos índices de violência e acidentes, conforme levantamento da Polícia Civil. Entre os dias 18 e 26 de junho, foram registrados cinco homicídios, quatro mortes em acidentes de trânsito e ao menos sete pessoas feridas — quatro por arma branca (facas e garrafas) e três em ocorrências automobilísticas.

Os casos aconteceram em diversos bairros da cidade e em trechos da BA-324. A sequência de crimes e acidentes mobilizou as forças de segurança, que seguem tentando elucidar as mortes e compreender as causas de tantos episódios violentos em tão pouco tempo.

O mais alarmante é que os números não assustam somente pelas estatísticas, mas pela sensação de medo que eles espalham. Ouvintes da Rádio Jacobina FM têm relatado esse sentimento de insegurança crescente, tanto na sede quando no interior do município.

Jacobina, afinal, não está isolada. Faz parte de um Brasil desigual, onde o acesso à educação, à saúde e, principalmente, às oportunidades, é privilégio de poucos. Não dá pra fingir que isso não afeta diretamente a escalada da violência. Jovens sem perspectivas acabam encontrando no crime um caminho — muitas vezes, o único visível.

Também não podemos ignorar que nossas polícias são mal remuneradas, mal estruturadas e constantemente sobrecarregadas. Cobram-se resultados de quem não tem as ferramentas mínimas para trabalhar.

Enquanto isso, direita e esquerda travam embates vazios sobre o que fazer, mas a verdade é que o problema da violência segue sem solução concreta. O medo bate à porta. Sair de casa e não saber se vai voltar virou imperativo no cotidiano brasileiro. E esse medo, que antes parecia distante, agora parece estar entre nós, aqui em Jacobina.

Há alguma esperança com a possível instalação do Batalhão da Polícia Militar em nossa cidade no próximo dia 2 de julho. É um passo importante que vai fortalecer o trabalho da polícia em nossa região, mas os poderes públicos locais, estaduais e federais precisam ir além. Precisam tocar na raiz do problema que é social, familiar e relacionado à falência e corrupção das instituições públicas, principalmente a educação, segurança e justiça.

A verdade é que estamos longe de resolver essa crise. Enquanto isso, a sensação é de que seguimos vivendo sob a lógica cruel do “salve-se quem puder”. 

Por Rafhael Nobre.